Unasul nasce com valor mais simbólico do que prático; Colômbia não apóia conselho de defesa; O globo online, 23/05/2008, 21h07m.
Um resumo – A união das nações sul-americanas foi oficializada neste dia 23/05/2008 em Brasília, com a participação de 11 chefes de estados e um vice-presidente. Contudo a Unasul não nasceu como se esperava inicialmente. Diante de uma posição abertamente desfavorável do presidente da Colômbia, Celso Uribe, não foi aprovada a criação do conselho de defesa sul-americano. A crise entre Colômbia, Venezuela e Equador foi uma dificuldade a mais para a implantação do conselho. Os presidentes discursaram a favor e pregando o grande papel integrador desta União, que será aberta a adesão de países da América Latina e Caribe, mas cientes de que há um longo caminho para ser percorrido.
Uma análise – A reportagem procura transmitir a decepção dos planos para criação do conselho de segurança e as poucas perspectivas para esta Unasul, dada sua grande disparidade entre os países. A soma do PIB dos demais membros do bloco dá menos de 80% do PIB do Brasil, segundo dados do FMI. O segundo maior PIB, o dá Argentina (U$ 259.999), é um quinto do PIB do Brasil (U$ 1.313.590), e o menor, da Guiana ( U$ 1.039) é menos do que um milésimo do nosso. Em um mundo globalizado, onde a luta por consumidores e tratados econômicos se dá de forma selvagem, é um bom negócio para o Brasil, mas não há a menor possibilidade de integração efetiva entre estes países, nos moldes da União Européia, dada sua disparidade econômica, social e institucional. Para o administrador pode ser uma oportunidade que se abre, desde que sejam criados mecanismos de garantias institucionais, para não acontecer o que aconteceu com a Petrobrás na Bolívia.