quinta-feira, 17 de abril de 2008

Perdas


US$ 1 Trilhão pelo ralo, O Globo, 09 de abril de 2008.

Um resumo – O Fundo Monetário Internacional, FMI, declarou em seu relatório semestral sobre a estabilidade financeira global, que as perdas com a crise das hipotecas de alto risco (sub prime) foram estimadas em US$ 945 bilhões. Segundo Jaime Caruana, diretor do departamento de mercado de capitais do FMI, a instituição se setia “humilhada” por não ter percebido a tempo a profundidade da crise econômica. O relatório observa que há risco de retração global do crédito, que poderá levar a efeitos mais amplos, profundos e prolongados. O Fed, banco central americano, após redução de 4,25% para 2,25% da taxa básica da economia americana de dezembro para cá, também concluiu que há vários indicadores que o leva a crer que haverá recessão nos Estados Unidos. Além da atitude da baixar a taxa de juros, a fim de estimular a economia mesmo diante de riscos inflacionários, emprestou US$ 30 bilhões ao JP Morgan para comprar o banco Bear Stearms, insolvente em virtude dos “papeis podres” de sua carteira. Disponibilizou ainda US$ 50 bilhões para socorro ao sistema financeiro.

Uma análise – a reportagem é informativa e crítica em relação aos fatos, buscando apresentar o relatório semestral sobre a estabilidade financeira global e as declarações e ações do Fed para conter a crise. O jornalista é claramente crítico ao posicionamento do FMI, admitido por seu diretor na apresentação do relatório. Mais uma vez o FMI foi míope e lento na análise e ação para contenção da crise. O Fed, banco central americano, agiu, efetuando sucessivos corte na taxa de juros com o objetivo de evitar a recessão americana, mesmo diante dos riscos inflacionários. Contudo a economia americana é movida principalmente pelo consumo, e a crise é no mecanismo de alavancagem do cidadão médio americano, o sistema de hipotecas. O estado americano é extremamente deficitário, o que mesmo diante da liquidez dos títulos americanos no mercado mundial, tende a intensificar as pressões inflacionárias. Junto a tudo isso, ainda temos a baixa no cupom pago pelas treasuries, e a continua queda do dólar, deixando os investimentos em moeda americana menos atrativo. O recessão americana pode contaminar todo o mercado mundial, e uma crise de liquidez pode levar as bolsa mundiais a ajustes severos. Ao administrador cabe observar o cenários e decidir se deve investir ou proteger-se de uma possível crise que se apresenta.